O Departamento de Justiça (DoJ) dos Estados Unidos intensificou sua postura contra as chamadas jurisdições “santuário”, ordenando que promotores federais investiguem e processem autoridades locais e estaduais que dificultem a campanha de deportação em massa planejada pelo governo de Donald Trump. Essa medida, articulada por Emil Bove, procurador-geral adjunto interino e ex-advogado de defesa de Trump, representa uma escalada significativa na repressão à imigração ilegal poucos dias após a posse do ex-presidente, segundo matéria do TheGuardian.
A diretriz exige que promotores busquem acusações criminais contra aqueles que, supostamente, “abriguem” imigrantes indocumentados ou ocultem informações de imigração das autoridades federais. Para coordenar essa ação, foi criado um grupo de trabalho destinado a identificar e contestar leis locais que contrariem a política migratória dogoverno. Além disso, casos de resistência ou obstrução devem ser comunicados imediatamente à liderança do Departamento de Justiça.
Essa postura rígida coloca o governo Trump em confronto direto com cidades administradas por democratas, como Chicago, que recentemente reforçou sua política de não cooperação com o Immigration and Customs Enforcement (ICE). Enquanto algumas dessas jurisdições colaboram parcialmente com as autoridades federais para transferir criminosos graves às autoridades de imigração, outras argumentam que deportações em larga escala enfraquecem comunidades locais e desestimulam imigrantes a denunciarem crimes, ainda segundo a matéria.
A ofensiva faz parte de uma série de medidas mais amplas na área de imigração, incluindo ordens executivas que buscam restringir ainda mais os direitos de imigrantes e requerentes de asilo. Entre elas, destaca-se a tentativa de acabar com a cidadania por nascimento para filhos de imigrantes, um movimento que desafia interpretações constitucionais de longa data e que, inevitavelmente, será alvo de disputas judiciais.
Esse endurecimento na política imigratória
contrasta fortemente com os esforços anteriores de Joe Biden para regularizar a
situação de milhões de imigrantes indocumentados. Agora, sob o novo governo
Trump, a prioridade passou a ser a remoção desses indivíduos, evidenciando uma
mudança drástica na abordagem da imigração nos Estados Unidos.