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Estudo indica que a retórica anti-imigração resulta em vulnerabilidade eleitoral

Editores | 16/10/2024 22:18 | POLÍTICA E ECONOMIA

Foi publicada uma análise detalhada sobre o impacto da retórica anti-imigração nas eleições de meio de mandato de 2022 nos Estados Unidos, com foco nos candidatos que adotaram essa postura em suas campanhas. Os dados foram coletados de diversas fontes – como da CNN Politics, material de campanha por meio da Meta Ad Library, X (antigo Twitter), respostas a debates, arquivos de sites de campanha, pesquisas de anúncios no YouTube e pesquisas gerais do Google – e indicam que os candidatos que usaram discurso anti-imigrante não tiveram maior probabilidade de vencer as eleições competitivas. Pelo contrário, mais candidatos que utilizaram essa retórica perderam do que venceram.


A análise também aborda a relação histórica da retórica anti-imigração com o Partido Republicano, apontando que essa postura se tornou central em suas campanhas ao longo dos anos, em contraste com os democratas, que têm uma abordagem menos frequente sobre o tema. Ex-presidentes, como Donald Trump, frequentemente utilizam esse discurso, principalmente em relação à fronteira com o México. Em debates recentes, ele foi o candidato que mais trouxe à tona a questão da imigração.


A segunda parte do texto examina exemplos de candidatos republicanos que exploraram discursos fortemente preconceituosos durante suas campanhas, como o candidato Mark Robertson, que propôs acabar com políticas de cidadania de nascença, e Mehmet Oz, que usou crianças imigrantes desacompanhadas para atacar o governo de Biden. Além disso, a narrativa de que há uma ligação direta entre imigração ilegal e cartéis de drogas é frequentemente usada por candidatos como Bryan Steil e John James, mesmo quando evidências sugerem que essas associações são imprecisas ou enganosas.


O texto ainda destaca que o uso de imprecisões e generalizações racistas é uma estratégia comum, pois permite aos candidatos manipular informações de acordo com seus interesses, sem a necessidade de fornecer provas concretas. Um exemplo disso é o uso da política "Permanecer no México", promovida por candidatos como Kari Lake, que foi amplamente criticada por grupos de direitos humanos devido às condições inseguras em que migrantes eram forçados a esperar no México enquanto seus casos de asilo eram processados.


Por fim, o texto conclui que, apesar da prevalência da retórica anti-imigração entre os republicanos, os dados das eleições de meio de mandato de 2022 indicam que esse discurso não garantiu vitórias eleitorais e pode, inclusive, ser uma vulnerabilidade nas campanhas, não resultando em sucesso em disputas eleitorais competitivas.

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