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Presidente Trump força “autodeportação” utilizando-se do sistema da Previdência Social

Editores | 22/04/2025 11:21 | POLÍTICA E ECONOMIA
IMG Gage Skidmore from Peoria, AZ, United States of America

 Desde que Donald Trump reassumiu a presidência dos Estados Unidos, seu governo tem adotado medidas cada vez mais severas em relação à política migratória, mirando especialmente imigrantes que haviam obtido status legal temporário sob a administração de Joe Biden. Uma das estratégias mais controversas reveladas recentemente envolve o uso do “arquivo mestre de óbitos” da Administração da Previdência Social para incluir nomes de pessoas vivas, como se estivessem mortas, bloqueando assim seus números de Seguro Social. Essa manobra afeta profundamente a vida financeira dos imigrantes, que ficam impedidos de acessar contas bancárias, cartões de crédito e benefícios governamentais.


Documentos analisados pelo The New York Times e entrevistas com pessoas ligadas ao processo revelam que mais de 6.300 migrantes já tiveram seus nomes inseridos nesse arquivo. Inicialmente, os alvos eram indivíduos considerados criminosos ou suspeitos de terrorismo, mas autoridades indicam que o escopo da medida pode ser ampliado para incluir outros imigrantes em situação irregular. Internamente, altos funcionários da Previdência Social têm expressado preocupações com a possibilidade de erros, que poderiam afetar inclusive cidadãos americanos, comprometendo suas finanças por engano.


A iniciativa faz parte de uma repressão mais ampla coordenada por Trump, com apoio de Elon Musk e do recém-criado Departamento de Eficiência Governamental. Musk, um conselheiro próximo do presidente, tem propagado teorias não comprovadas sobre fraude envolvendo imigrantes e benefícios da Previdência Social, e influenciado mudanças dentro da agência, que tradicionalmente não se envolvia com a fiscalização imigratória, segundo a matéria do The New York Times. Neste contexto, vários altos funcionários da Receita Federal (IRS) pediram demissão após a agência tributária anunciar que ajudaria a localizar imigrantes indocumentados. Paralelamente, cortes no orçamento e na equipe da Previdência vêm dificultando o atendimento aos beneficiários tradicionais, como aposentados e pessoas com deficiência.


Outro aspecto relevante dessa nova política é a colaboração inédita entre a Previdência Social e o Departamento de Segurança Interna, permitindo o compartilhamento de dados sigilosos, como endereços e informações pessoais de cerca de 98.000 indivíduos. Essa abertura de dados representa uma ruptura com práticas anteriores, nas quais havia uma clara separação entre os serviços sociais e a fiscalização imigratória.


A administração Trump está também atacando diretamente programas implementados por Biden que permitiram a entrada legal e temporária de mais de 1,4 milhão de migrantes por vias aéreas ou por meio do aplicativo CBP One. Esses programas, que buscavam organizar e humanizar o processo migratório, estão sendo desmantelados. Muitos dos que entraram com status legal temporário estão agora em risco de deportação ou tendo suas permissões revogadas.


Por fim, a implementação dessa nova política inclui casos controversos, como o de menores de idade colocados na lista de observação, incluindo um adolescente de apenas 13 anos. Essa abrangência tem gerado temor dentro das próprias agências envolvidas. O governo, por sua vez, justifica as medidas com o argumento de que está eliminando incentivos para a imigração ilegal e cumprindo promessas eleitorais de Trump sobre deportações em massa.

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