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Cerca de 100.000 jovens “Dreamers” não terão permissão de trabalho após formatura

Editores | 04/06/2022 22:35 | POLÍTICA E ECONOMIA
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O relatório da FWD.us, uma organização política bipartidária, estima que ao menos 100.000 estudantes indocumentados que se formarão nas escolas secundárias dos EUA anualmente nos próximos três anos, não são elegíveis para a política imigratória DACA. 

Parte da população de 2,8 milhões dos chamados “Dreamers” (os estudantes sem permissão legal) chegaram nos Estados Unidos quando crianças e passaram a maior parte de suas vidas no país.
Com mais de 600.000 alunos do ensino primário e secundário (K-12) matriculados em escolas dos EUA, centenas de milhares de futuros graduados do ensino médio continuarão a enfrentar opções limitadas no seu futuro, pois não se beneficiarão do auxílio à imigração. Estima-se que apenas 1/4 desses futuros graduados sem a documentação legal neste ano serão elegíveis para os auxílios da política de imigração, o DACA, sob as regras atuais. Isso ocorre porque a turma de 2022 é uma das primeiras turmas de graduação em que a esmagadora maioria dos graduados indocumentados são inelegíveis para o DACA porque entraram nos EUA após a data definida pela lei que é 15 de junho de 2007, aponta o relatório.

Segundo a FWD, “a política DACA oferece autorização de trabalho e proteções contra a deportação para indivíduos indocumentados que entraram nos EUA quando crianças e mudou a vida de centenas de milhares de Dreamers desde sua criação em 2012. [...] As tentativas da administração Trump de encerrar o DACA, combinadas com as ordens judiciais que interrompem o acesso a novos candidatos potenciais ao DACA, deixaram uma janela estreita de cerca de seis meses em 2021 para a maioria desses graduados elegíveis se inscreverem”.

O DACA foi implementado como um “paliativo temporário” em 2012, dando direito ao trabalho, estudo, e adiamento de potencial deportação para imigrantes em situação ilegal que chegaram ao país como menores antes de 2007. 

Dentre os 600.000 alunos matriculados, apenas cerca de 21.000 estão inscritos no programa e potencialmente são elegíveis para renovações. De acordo com o estudo, dados recentes do U.S. Citizenship and Immigration Services (Serviços de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos) – USCIS indicam que “apenas 21.000 do total de 611.000 beneficiários ativos do DACA estão em torno da idade de conclusão do ensino médio (16 a 20 anos). Infelizmente, mesmo aqueles graduados que tiveram a sorte de ter recebido o DACA durante os períodos limitados de acesso para novos candidatos, eles não poderão contar com seus benefícios no futuro, pois os tribunais se preparam para decidir sobre um processo que pode comprometer toda a política do DACA”.

São ações judiciais decorrentes dos esforços do governo Trump para encerrar a política e, como uma nova legislação sobre o assunto é improvável ao menos no curto prazo, os jovens imigrantes sem auxílio DACA buscam empregos informais, que não exigem autorização de trabalho, ou encontram outras formas de pagar mensalidades escolares na esperança de um dia serem comtemplados pelas proteções DACA no futuro. 

O governo federal está atualmente proibido por uma decisão judicial de estender o DACA a novos beneficiários, e todo o programa pode ser derrubado pelos tribunais, segundo informação do The Hill.

“No mês passado, um grupo bipartidário liderado pelo Senadores Dick Durbin (D-Ill.), John Cornyn (R-Texas), Thom Tillis (RN.C.) e Alex Padilla (D-Calif.) iniciaram negociações sobre a reforma da imigração para avaliar o caminho a seguir para uma série de projetos de lei de reforma da imigração aprovados pela Câmara”, segundo o The Hill.

“O DACA teve um impacto transformador tanto para os seus beneficiários quanto para a economia dos EUA em geral, permitindo que eles sustentem melhor a si e suas famílias e participem mais plenamente de suas comunidades. Sem DACA, no entanto, graduados indocumentados do ensino médio não podem trabalhar legalmente, deixando milhares de indivíduos excluídos da força de trabalho dos EUA em um momento em que a escassez de trabalhadores atingiu um recorde. Isso também elimina uma importante fonte de renda que esses jovens poderiam usar para financiar sua educação superior e formação profissional, além de sustentar suas famílias e construir sua autossuficiência”, observa o relatório.

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