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Grupos religiosos latinos da Flórida estão alarmados com projeto de lei de imigração apoiado pelo governador Ron DeSantis

Editores | 17/04/2023 07:15 | POLÍTICA E ECONOMIA
IMG Foto: Gage Skidmore from Surprise, AZ, United States of America

O projeto de lei, SB1718, proposto pelo senador do estado da Flórida, Blaise Ingoglia, de Spring Hill, desencadeou uma reação dos latinos evangélicos e de outros grupos religiosos que realizam acolhimento e o trabalho pastoral aos imigrantes.


A lei inclui uma disposição que torna crime de terceiro grau para qualquer pessoa que “transportar para ou dentro deste estado um indivíduo que a pessoa sabe, ou razoavelmente deveria saber, entrou os Estados Unidos em violação da lei e não foi inspecionado pelo Governo Federal desde sua entrada ilegal”, segundo a NBC News.


Segundo a publicação, a legislação faz parte de uma repressão aos imigrantes pelo governador Ron DeSantis e dos republicanos no estado. Segundo Gabriel Salguero, pastor do The Gathering Place, uma congregação da Assembléia de Deus em Orlando, e fundador da National Latino Evangelical Coalition, disse à NBC que o projeto de lei “criminalizará o trabalho da igreja. [...] Temos escolas, temos escola dominical, temos vans da igreja que os trazem para o culto, temos refeitórios para os quais às vezes levamos pessoas sem documentos porque precisam de comida. Às vezes os levamos ao advogado”.


A legislação foi votada no Comitê de Regras do Senado da Flórida em meados de março em uma votação partidária de 15 a 5.


“Dois senadores latinos republicanos no comitê, a senadora Ileana Garcia, de Miami, e a senadora Ana Maria Rodriguez, de Doral, apoiaram o projeto. Um democrata latino, o senador Victor Torres, de Kissimmee, votou contra. A medida aguarda votação em plenário do Senado e tramita na Câmara”, segundo a NBC.


As republicanas Ileana Garcia e Ana Maria Rodriguez enfatizaram o problema do tráfico humano em seus comunicados à imprensa e afirmaram que o projeto de lei ajudaria a resolver o problema. Ambos usaram a mesma lista com marcadores para destacar as disposições do projeto de lei. Mas nenhum dos dois incluiu a provisão de transporte que atraiu oposição por parte dos grupos religiosos.


Muitos serviços sociais não estão disponíveis para pessoas sem status legal, embora as crianças possam frequentar escolas públicas e algumas clínicas oferecem assistência médica independentemente de cidadania ou status legal. Independente a entrada ilegal de latinos no país, estima-se que 42% ou mais dos imigrantes no país que estão ilegais, entraram com um visto legal e permaneceram além da data de vencimento.


“Matthew Soerens, vice-presidente de política e defesa da World Relief, uma organização humanitária cristã, disse que os pastores conhecem seus fiéis o suficiente para saber quem pode ter cruzado as fronteiras ilegalmente. Se um obreiro da igreja der uma carona para a pessoa, isso pode significar até cinco anos de prisão e até 15 anos se o funcionário da igreja pegar um menor para uma reunião de grupo de jovens”, observou a NBC.


A colunista do Miami Herald, Fabiola Santiago, criticou a legislação recente e o apoio de alguns republicanos latinos. Santiago foi uma refugiada cubana que chegou aos Estados Unidos ainda criança a bordo dos “Freedom Flights”. Ela chamou o projeto de lei de “um tapa na cara de nossas famílias imigrantes, e americanos nativos, que receberam imigrantes em suas vidas”.

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