O PewResearch Center publicou um relatório recentemente resultado de um estudo abrangente que se concentra em analisar a porção da população estadunidense que não tem filiação religiosa, geralmente referenciada como “Nones”. Cerca de 28% dos adultos nos Estados Unidos identificam-se como ateus, agnósticos ou “nada em particular”. O estudo explora as crenças, atitudes e perfil civil desses “Nones” em comparação com as pessoas religiosas.
Entre os principais pontos, destaca-se que os latinos representam 17% da população “nones”, sendo o segundo maior grupo, atrás dos brancos (63%) e à frente de negros (9%) e asiáticos (7%). A parcela de latinos que se consideram ateus compreende 9% dos ateus, enquanto 20% se identificam como agnósticos, e a maioria, 63%, escolhe a categoria “nada em particular”. Os brancos estão super-representados entre os ateus, com 77%, enquanto negros e asiáticos compõem apenas 2% e 7%, respectivamente.
Ao analisar os latinos que se identificam com alguma religião, observa-se que eles são desproporcionalmente católicos, representando 35% dos paroquianos do país, enquanto estão sub-representados em outros grupos religiosos, especialmente entre os protestantes (9%).
Os “Nones” latinos, em particular, têm características como a crença em Deus ou em algum poder superior, mas raramente frequentam serviços religiosos. A maioria vê a religião como algo que faz algum mal, mas também reconhece que pode fazer algum bem. Além disso, eles expressam visões mais positivas da ciência em comparação com os americanos religiosos.
As razões para a falta de filiação religiosa entre os “Nones” incluem questionamentos sobre ensinamentos religiosos, a não crença em Deus e críticas a instituições ou pessoas religiosas. Cerca de 47% mencionam que uma razão significativa para não serem religiosos é o desagrado em relação a organizações religiosas. Apesar da falta de filiação, a maioria dos “Nones” foi criada em alguma religião, principalmente no cristianismo, mas tende a se distanciar de instituições religiosas ao longo do tempo.
Importante notar que, quando perguntados como os “Nones” vêm a ciência, “a maioria diz que a ciência faz mais bem do que mal na sociedade americana e, em média, os ‘nones’ são muito mais positivos em relação à ciência do que as pessoas religiosamente afiliadas. Ao mesmo tempo, a maioria dos ‘nones’ acredita que há limites para o que a ciência pode fazer. Por exemplo, 44% dizem que existe uma explicação científica para tudo, enquanto 56% dizem que há algumas coisas que a ciência não consegue explicar”.
Para ter acesso aos dados abrangentes do estudo, o relatório está no link acima indicado.
“Grande parte da análise deste relatório vem de
uma pesquisa do Pew Research Center
realizada de 31 de julho a 6 de agosto de 2023, entre 11.201 entrevistados que
são membros do American Trends Panel
(ATP) do Centro. A pesquisa incluiu entrevistas com 3.317 ‘não religiosos’ (658
ateus, 678 agnósticos e 1.981 entrevistados que descrevem sua religião como
‘nada em particular’. [...] esta análise também se baseia em uma variedade de
outras pesquisas ATP realizadas nos últimos anos, bem como nas Pesquisas
Nacionais de Referência de Opinião Pública (NPORS) do Centro”.