O impacto econômico da pandemia atinge desproporcionalmente as famílias de imigrantes latinos. Como já
apontamos anteriormente, a população imigrante latina segue enfrentando muitas dificuldades para encontrar empregos não precários no país, sendo a exigência da permissão de residência, o fator mais contundente. No Novo México famílias de latinos “indocumentados” que trabalham em áreas rurais são os mais afetados.
Frente a essa realidade, ativistas sob a bandeira do Grupo de Trabalho de Alívio Econômico do Novo México (New Mexico Economic Relief Working Group) enviaram no dia 13 de janeiro uma petição aos legisladores do Novo México solicitando o pagamento de estímulo e créditos fiscais para famílias que ganham menos de US$ 35.000 por ano, segundo
noticiado pela News 10, da rede ABC.
“Os membros do Grupo de Trabalho de Auxílio Econômico do Novo México estão pedindo ao legislativo estadual que aloque US$ 15,6 milhões ao Departamento de Serviços Humanos para que adultos de baixa renda possam receber um pagamento de estímulo de US$ 600. O grupo apresentou os resultados de uma nova pesquisa mostrando os efeitos desproporcionais da pandemia nos hispânicos. A pesquisa diz que 26% gastaram todas as suas economias no ano passado e se endividaram, enquanto 60% têm menos de US$ 1.000 em economias e 30% não estão pagando suas contas em dia”, segundo a publicação.
Segundo a pesquisa mencionada, 28% dos latinos do Novo México receberam menos de US$ 20.000 no passado por conta da redução da carga horário de trabalho e redução das atividades comerciais pela pandemia.
Em relação à saúde, segundo a publicação, “25% dos latinos no Novo México têm um membro da família que morreu de COVID-19. Isso tem a ver com a falta de acesso adequado a cuidados médicos e taxas mais altas de condições subjacentes que colocam suas vidas em risco quando contraem o coronavírus. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (The Centers for Disease Control and Prevention, o CDC) afirmam que os hispânicos são duas vezes mais propensos do que os brancos não hispânicos a desenvolver diabetes tipo 2, por exemplo”.
A situação econômica mais grave ocorre no meio rural, entre as famílias que não falam inglês, mulheres e pessoas sem status legal de imigração, que não conseguem solicitar auxílio econômico estatal por essas razões.
Mirna Lazcano, membro do El Centro de Igualdad y Derechos, com sede em Albuquerque, relatou à reportagem como sua própria família enfrentou algumas escolhas difíceis: ‘durante a pandemia, meu marido, que trabalha na construção civil, e eu acumulamos dívidas financeiras desde que cortaram nossas horas. Nós dois adoecemos de COVID’. […] ‘Vivemos o dia a dia para pagar contas e manter os serviços públicos. […] Compramos as marcas mais baratas (de mantimentos) e limitamos a quantidade de carne que comemos’. “Lazcano, que limpa casas e trabalha como babá, disse que foi a bancos de alimentos para garantir que sua família tenha o suficiente para comer”.