O relatório recente do
Third Way, um think tank de políticas públicas e de orientação política de centro-esquerda, apresentou os resultados referente a um novo método avaliativo do grau de mobilidade socioeconômica que as instituições de ensino superior nos Estados Unidos proporcionam aos estudantes de baixa e média rendas.
O estudo aponta que dez universidades públicas da Califórnia, Nova York e Texas, aquelas que atendem a maior porcentagem de estudantes latinos nesses Estados, lideram dentre as que oferecem maior oportunidade de mobilidade socioeconômica no longo prazo.
O membro sênior do instituto, Michael Itzkowitz, indicou os motivos da pesquisa: “Com mais uma temporada de rankings universitários que nos rodeiam, uma velha questão persiste: os rankings universitários realmente refletem o propósito do nosso sistema de ensino superior? Ou eles apenas reproduzem as desigualdades existentes recompensando as mesmas universidades ricas e seletivas que atendem principalmente alunos que já estavam preparados para o sucesso?”
A métrica geralmente utilizada para compreender como as universidades estão atendendo os estudantes de baixa e média rendas, o PEP (price-to-earnings premium metric), mede o tempo de recuperação dos gastos estudantis em relação aos benefícios que esses estudantes obtêm ao frequentar a instituição. No entanto, segundo Itzkowitz “o prestígio histórico tende a superar os resultados dos alunos nos rankings mais populares, resultando nas mesmas universidades altamente seletivas e com bons recursos sendo embaralhadas nas listas de melhores faculdades ano após ano. E, em vez de questionar porque essas universidades não admitem seu quinhão de alunos de baixa renda ou negros, esses rankings continuam a recompensar aquelas com base em quantos alunos eles excluem — não em quantos eles realmente atendem”.
Dados demonstram que 10 universidades no ranking das maiores pontuações “PEP”, públicas e particulares, consideradas altamente seletivas, matricularam apenas um pouco mais de 15 mil alunos de baixa e média rendas com assistência do Federal Pell Grant (auxílio financeiro do governo federal) no último ano.
O relatório do Third Way explica que, “em vez de priorizar a reputação e a seletividade, propomos um novo sistema de classificação conhecido como Índice de Mobilidade Econômica (EMI) que tenta responder à pergunta: ‘Se o objetivo principal do ensino superior deve ser catalisar um aumento na mobilidade econômica, quais universidades estão tendo sucesso nesse objetivo?’.”
Com base nessa nova métrica, o ranking das 10 melhores universidades no quesito mobilidade econômica (EMI) matricularam seis vezes mais estudantes beneficiários do Pell Grant, ou seja, mais de 95 mil em um ano. Além disso, ainda com base nessa métrica, seis universidades estaduais da Califórnia e quatro universidades públicas, duas em Nova York e duas no Texas, ocupam a dianteira no trabalho de promover a mobilidade econômica de estudantes de baixa e média rendas. Assim, não apenas essas instituições concentram o maior número de estudantes de baixa e média rendas, como também seu alcance qualitativo é muito maior.
Nota-se que todas essas universidades são também instituições de atendimento à comunidade latina ou hispânica (HSIs), onde ao menos 25% dos estudantes são representados por essa população. Segundo a análise, “isso provavelmente se deve a vários fatores, incluindo o fato de cada um desses Estados ter uma grande parcela de estudantes de baixa renda matriculados no ensino superior e ter um generoso financiamento estadual que permite que as faculdades públicas de quatro anos nesses Estados, sejam algumas das mais acessíveis opções”.
O relatório conclui que os alunos que se formam nessas universidades têm maior probabilidade de recuperar seus custos educacionais em dois anos ou menos.
Para acesso ao relatório completo e aos nomes das instituições,
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