Segundo um estudo do Transactional Records Access Clearinghouse (TRAC) da Universidade de Syracuse, 60,7% dos 38.863 imigrantes atualmente detidos pelo Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) não têm antecedentes criminais. Entre aqueles com registros criminais, muitos foram presos por infrações menores, como violações de trânsito. Essa descoberta questiona a narrativa de que o sistema de detenção do ICE está focado em indivíduos com histórico criminal significativo.
O número de detidos em centros do ICE tem aumentado, com um acréscimo de 1.500 indivíduos em outubro em comparação a setembro. A maior parte desses detidos está concentrada em três estados: Texas, Louisiana e Califórnia. O maior centro de detenção, no Condado de Adams, Mississippi, abriga uma média diária de 2.067 indivíduos. A análise também aponta para um aumento potencial no número de detidos, já que Donald Trump pretende expandir massivamente a capacidade dos centros de detenção como parte de sua política de deportação em massa. Esse plano incluiria a duplicação dos 41.000 leitos atualmente disponíveis e a reabertura de instalações fechadas. Locais em grandes cidades com altas populações de imigrantes, como Los Angeles, Chicago e Miami, estão sendo considerados para novas instalações.
Em resposta, grupos de defesa dos imigrantes têm
se mobilizado para pressionar o atual presidente, Joe Biden, a reduzir a
capacidade dos centros de detenção antes da posse de Trump. A organização
Detention Watch Network lidera o apelo para que o governo conceda liberdade
condicional humanitária a imigrantes vulneráveis, como aqueles com problemas de
saúde física ou mental, que aguardam decisões dos tribunais de imigração.
Segundo o Latin Times, a carta enviada por esses grupos enfatiza a urgência
de proteger os direitos e a dignidade de milhões de pessoas diante das mudanças
iminentes.