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Relatório conclui que os Latinos são uma força crescente no mercado imobiliário estadunidense

Editores | 02/04/2022 21:54 | POLÍTICA Y ECONOMÍA
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Segundo relatório lançado recentemente, a população latina nos Estados Unidos tem se destacado em relação ao tema da criação de riquezas. O aumento do ritmo na aquisição de imóveis está alterando o panorama imobiliário real em vários bolsões residenciais do país, o que torna essa população uma força crescente no mercado imobiliário em forte ascensão.

Os relatórios organizados pelo “The National Association of Hispanic Real Estate Professional” – NAHREP (Associação Nacional de Profissionais Imobiliários Hispânicos) “analisam as atividades de construção de riqueza que vão desde a aquisição de imóveis, crescimento empresarial, além de poupança e diversificação de riqueza por meio de ativos financeiros baseados em ações. Utilizando dados da segunda pesquisa anual do Projeto de Riqueza Hispânica de 2021, e os dados recém-divulgados da Pesquisa de Finanças ao Consumidor do Federal Reserve, as descobertas do relatório destacam que, apesar do impacto sísmico da pandemia de COVID-19 nas famílias latinas, os latinos estão a caminho de atender as metas gerais de riqueza do Hispanic Wealth Project até 2024. A aquisição de imóveis e os níveis históricos de ganhos de capital próprio nos últimos anos, em particular, protegeram a criação de riqueza das famílias latinas”, segundo a NAHREP na apresentação do relatório de 2021.

Conforme a associação, a taxa de propriedade de imóveis latinos subiu para 48,4% em 2021, acima dos 47,5% em 2019, o maior grau desde meados dos anos 2000. Em comparação, nota-se que a taxa de propriedade da população negra atingiu 45,3% em 2020, acima dos 42,1% em 2019.

A NAHREP se utilizou do conhecimento do “Census Bureau” para compilar seu relatório anual e demostra que, entre 2019 e 2021, as novas propriedades de famílias latinas alcançaram o total de 657.000 no período.

O relatório ainda destaca vários locais onde se evidenciaram o crescente aumento de moradores latinos jovens, o que indicaria maior propensão de novas aquisições de propriedade nos próximos 12 meses, principalmente em cidades do sul do Texas.
Segundo reportagem do “The Washington Post”, especialistas do ramo imobiliário afirmam que já havia um aumento no interesse pela aquisição de imóveis dentre a população latina antes da pandemia, e que os números demonstram que aquele movimento apontava para esse tipo de crescimento, cuja expansão é mais notável agora. 

No ano passado, o instituto de pesquisas Urban Institute apontou que “famílias hispânicas enfrentam barreiras estruturais substanciais para a aquisição de casa própria, incluindo acesso desigual ao crédito e oportunidades para construir riqueza”. Apesar disso, o estudo projetava que, entre 2020 e 2040, do montante líquido de novos proprietários de imóveis, 70% dos novos lares nos Estados Unidos seriam latinos. “Enquanto os hispânicos representam cerca de 18% dos habitantes do país, eles foram responsáveis por mais da metade do desenvolvimento imobiliário na presente década”, segundo observação do “The Washington Post”. 

Segundo declarou Jun Zhu, professor assistente visitante na divisão de finanças da “Indiana University-Bloomington” e um membro não residente do “Urban Institute”, o fator idade cumpre grande importância nas aquisições, pois essa população é mais jovem do que diferentes grupos raciais e étnicos. “Esse grupo demográfico está entrando na casa dos 30 anos agora, e esse é o ano mais típico para muitos compradores de suas primeiras casas. Portanto, devemos esperar que os hispânicos continuem sendo uma forte influência no mercado imobiliário nos próximos anos”, segundo o professor Zhu ao jornal.

Segundo pesquisa do “Pew Research” os latinos nos Estados Unidos tinham, em média, 30 anos em 2019, cerca de 15 anos mais jovens do que a idade média dos americanos brancos não latinos.

O crescente número de residências próprias dos latinos ocorre em meio a um dos maiores aumentos nas taxas de propriedade em muito tempo. Segundo a publicação do “The Washington Post”, “as vendas brutas domésticas em 2021 tiveram um aumento que excedeu os últimos 15 anos, já que, por outro lado, as baixas taxas de juros e uma pandemia prolongada, ajudaram a aumentar a consumo em geral [...]. Os custos dos imóveis também cresceram a um ritmo rápido em todo o país nos últimos 12 meses [e] o valor médio de um imóvel existente em janeiro, atingiu US$ 350.000, um aumento de 15,4% em relação ao mesmo período de 2020”.

O relatório da NAHREP conclui que: “Embora as compras de imóveis e os empreendimentos latinos tenham sido robustos, desafios formidáveis ameaçam ganhos futuros de riqueza. Os latinos estão atrás de todos os outros dados demográficos na participação em contas de aposentadoria, os proprietários de pequenas empresas não estão acessando capital nas taxas necessárias para dimensionar efetivamente seus negócios, a escassez de estoque está diminuindo as compras de casas e os latinos foram impactados desproporcionalmente pela pandemia. No entanto, mesmo com os contratempos, a riqueza das famílias latinas deve continuar em uma trajetória ascendente, com a riqueza derivada de aquisições de imóveis compensando algumas das perdas no patrimônio empresarial, na poupança e nos investimentos. À medida que a economia continua em um caminho imprevisível, a resiliência demonstrada e a ética de trabalho da comunidade latina continuam sendo um ativo inestimável para a prosperidade contínua dos Estados Unidos”.

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