Um novo super PAC já arrecadou US$ 2 milhões em apoio aos membros e candidatos latinos da Câmara antes da eleição de meio de mandato, em novembro deste ano. A iniciativa pode ser expandida para outros candidatos democratas na disputa ao Senado.
Os super PACs tornaram-se cada vez mais proeminentes nos últimos ciclos eleitorais nos Estados Unidos e se tornaram uma forma de operação política sofisticada, graças a uma peculiaridade no sistema federal de financiamento de campanhas, o qual impede a população de saber quem está financiando a campanha antes das primárias.
Iniciado por veteranos de campanha que trabalharam para os democratas Barack Obama, Hillary Clinton, Bernie Sanders e Joe Biden, a iniciativa America United pretende arrecadar cerca de US$ 6 milhões no ciclo eletivo atual para preencher as lacunas financeiras no apoio a candidatos latinos.
Segundo
publicação do Newsweek, o grupo “já prometeu mais de US$ 200.000 de ajuda nos gastos independentes para cada candidato que está endossando, incluindo os representantes Tony Cárdenas, Nanette Barragán, Ruben Gallego e Henry Cuellar. Também se comprometeu a ajudar os candidatos Yadira Caraveo, no 8º Distrito Congressional do Colorado, e Ruben Ramirez, no 15º Distrito Congressional do Texas”.
Segundo Chuck Rocha, o consultor democrata que liderou o programa de eleitores latinos de Bernie Sanders, em 2020, denominou o America United de “smash-mouth bilingual PAC”, que ajudará a eleger muitos democratas, incluindo latinos, já que muitas organizações sem fins lucrativos encontram limitações no tipo de trabalho político que podem fazer.
“A segunda lista de endossos do PAC provavelmente se expandirá para incluir membros do Congresso Black Caucus e membros ou candidatos Americanos Asiáticos e das Ilhas do Pacífico (AAPI, sigla no inglês). [...] No entanto, o novo grupo estreia em um momento em que os democratas enfrentam críticas internas de setores latinos sobre o nível de seu compromisso com a representação e a inclusão”, segundo o Newsweek.
“A questão foi divulgada na segunda-feira, 11 de abril, quando o braço político do Congressional Hispanic Caucus, o BOLDPAC, divulgou um comunicado condenando o investimento de US$ 1 milhão do PAC da maioria da Câmara, no apoio a Carrick Flynn nas primárias democratas para o 6º distrito congressional do Oregon, às custas de três latinos na corrida: Andrea Salinas, Teresa Alonso León e Ricky Barajas. O BOLDPAC, que está gastando milhões em sua própria lista de candidatos e endossou Salinas, criticou o PAC da maioria na Câmara [...] dizendo que ‘deliberadamente optou por não endossar Andrea Salinas, uma candidata que está entre as latinas mais qualificadas que disputa a corrida ao Congresso”.
Vanessa Cárdenas, presidente da Cárdenas Strategies, disse à Newsweek que “muitos super PACs tradicionais não fizeram um bom trabalho ao priorizar candidatos latinos em seu processo de endosso, o que os ajudaria a elevar seus perfis e arrecadar dinheiro. ‘Como progressistas, sempre nos preocupamos com o voto latino’, e uma maneira de ajudar a obter o voto latino é apoiar candidatos que representam a comunidade latina e dar a eles mais participação no processo’”.