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Escultura do Colorado homenageia a luta de famílias latinas por equidade escolar

Editores | 30/04/2022 17:25 | CULTURA Y SOCIEDAD
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Francisco Maestas reivindicou que seus filhos tivessem uma educação de qualidade na escola que eles frequentavam no distrito de Alamosa, Colorado, quando a administração escolar insistiu que ele os enviasse à “Escola Mexicana”. 

O ano era 1914 e Maestas lutou contra o distrito no tribunal e venceu. Especialistas dizem que foi um dos primeiros casos bem-sucedidos de dessegregação escolar do país, e o mais antigo conhecido até agora envolvendo mexicanos-americanos.

Após décadas de esquecimento da história, uma escultura tridimensional representando as crianças Maestas, foi instalada no Capitólio do Estado em Denver, em homenagem ao 108º aniversário da decisão no caso. A estátua ainda percorrerá outras partes do Estado.

Segundo o site do Caso Maestas, “em 1912, as crianças hispânicas de Alamosa foram forçadas a frequentar uma escola separada das crianças brancas. O Conselho Escolar de Alamosa, na época, argumentou que as crianças hispânicas precisavam de apoio linguístico e que deveriam frequentar aulas ministradas em espanhol em sua própria escola, embora a maioria das crianças de língua espanhola fossem fluentes em inglês”. 

Apesar de flagrante caso de preconceito racial, o conselho da escola argumentou que, como os mexicanos eram considerados brancos, não poderia haver discriminação racial, e que os alunos seriam separados com base em suas habilidades linguísticas. No entanto, durante o julgamento, as famílias provaram que o distrito escolar estava errado e, várias crianças, incluindo Miguel Maestas, demonstraram sua fluência na língua inglesa.

A decisão favorável do juiz ao permitir que as crianças mexicano-americanas tivessem o direito de frequentar escolas públicas perto de suas casas ou de escolha no distrito de Alamosa, ganhou as manchetes locais naquele momento. A história, no entanto, ficou esquecida por mais de cem anos, conforme publicação da NBC News.

“Décadas depois, Gonzalo Guzmán, professor assistente visitante de estudos educacionais na Colgate University, encontrou uma referência ao caso Maestas em um jornal arquivado de Wyoming. Intrigado, ele consultou os documentos originais do tribunal e ele, e vários colegas, publicaram suas descobertas em uma revista acadêmica em 2017. [...] Guzmán disse que os latinos são frequentemente deixados de fora dos estudos convencionais de história americana”, segundo a publicação.

“Estudiosos dizem que o caso é importante porque oferece evidências da história da advocacia latina, especialmente de como os pais lutaram pelo direito de seus filhos à educação. Também pode ser visto como relevante hoje, dadas as controvérsias sobre os programas de estudos étnicos e a teoria crítica da raça”.

Em 2020, o Senado do Colorado aprovou uma resolução reconhecendo a importância do caso Maestas. Rubén Donato, professor de educação da University of Colorado Boulder, espera que a comemoração leve a uma maior conscientização pública sobre o assunto, e que os mexicanos-americanos podem ter movido mais processos no passado que simplesmente não foram descobertos e examinados.

Conforme a NBC News, atualmente, o condado de Alamosa abriga cerca de 16.000 pessoas, 47% das quais se identificam como latinas. Alguns moradores dizem que a desigualdade persiste na área.

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