O governador texano Greg Abbott sancionou os novos mapas políticos do Texas para os distritos parlamentares, legislativos e do Conselho Estadual de Educação, o que deve fortalecer a maioria do Partido Republicano no estado que se diversifica rapidamente.

Os mapas foram aprovados pela legislatura estadual na semana passada, sob o processo de redistritamento que ocorre uma vez a cada dez anos após a divulgação dos novos dados do Censo 2020, dias antes de os republicanos do Senado em Washington bloquearam o projeto “Freedom Vote Act” que previa a repressão a esse tipo de gerrymanders, como já apontamos aqui. 

O novo mapa pode consolidar o poder dos eleitores brancos e não latinos, e eliminaria a competição política nos subúrbios do Estado que está em crescente transformação. O número de distritos eleitorais de maioria latina diminuiria de oito para sete com os novos mapas e, é importante notar, que “os novos distritos serão utilizados pela primeira vez nas eleições primárias e gerais do próximo ano.

A mudança foi duramente criticada por democratas estaduais e nacionais que acusaram os legisladores republicanos no Texas por suas ações neste ano, o que culminou na implementação de mapas parlamentares fortemente partidários.

“O novo mapa do Senado do Texas atrai assentos seguros para os candidatos republicanos que estavam enfrentando corridas competitivas conforme seus distritos se diversificavam nos últimos 10 anos. Em outubro de 2021, as 31 cadeiras da câmara foram divididas entre 18 republicanos e 13 democratas. Nas eleições de 2020, Trump venceu 16 distritos e Biden venceu 15 distritos. De acordo com os novos mapas, Trump teria ganho 19 e Biden teria ganhado 12. Isso significa que enquanto Trump ganhou 52,1% dos votos em todo o estado, ele teria ganhado mais de 61% dos novos distritos do Senado”.

Importante observar que esta é a primeira vez em décadas que o Texas não precisa de aprovação federal para implementar novos mapas. “Isso significa que em 2021, foi a primeira vez em quase 50 anos que o Texas poderia implementar novos distritos legislativos e congressionais, sem ter que provar com antecedência que os mapas não minam o poder eleitoral dos eleitores não brancos”. O que foi conquistado com muita luta pelos defensores de direitos civis e da população não branca no combate à da discriminação por meio dos mapas políticos, sofreu um importante revés.

No contexto atual, torna-se importante a aprovação da lei “Freedom Vote Act” para barrar possíveis retrocessos no processo de disputa pelo poder político.

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