Um estudo sobre o desempenho econômico latino no Estados Unidos publicado recentemente, desmente a noção baseada em estereótipos de que a comunidade latina é apenas um peso na economia estadunidense. O relatório estadual revela que o PIB latino em 2018 foi de US $ 2,6 trilhões, ultrapassando Itália, Coreia do Sul ou Brasil, ficando em oitavo lugar no mundo caso se tratasse de uma nação independente.

Coautor do estudo e diretor do “Center for the Study of Latino Health and Culture” da UCLA, o Prof. Dr. David Hayes-Bautista “afirma que o relatório desmente a ideia de que os latinos vêm aos Estados Unidos para cometer crimes ou viver sobre a assistência pública: ‘Não somos preguiçosos nem criminosos, viemos trabalhar e esses números comprovam isso’.

“O PIB latino dos Estados Unidos cresceu 21% mais rápido que o da Índia e 30% mais rápido que o da China. Na Califórnia, as estatísticas são igualmente impressionantes. Em 2018, o PIB latino do estado era de $ 706,6 bilhões, maior do que a produção econômica total de Ohio”.

De acordo com o relatório, o componente de peso ao PIB latino é o consumo. Nos Estados cuja prevalência de comunidades latinas é mais alta, como Arizona, Califórnia, Flórida, Illinois, Nova Jersey, Novo México, Nova York e Texas, o consumo atingiu a marca de US $ 1,36 trilhão em 2018. Os dados demonstram também que o consumo dessa população em relação aos não latinos, cresceu 135% mais rápido entre 2010 e 2018.

Uma das relações apontadas por Hayes-Bautista para essa expressividade nos números é o crescimento da população latina na última década, não pela via da imigração, mas pela alta taxa de fertilidade verificada, o que correspondeu a maior participação dos latinos no mercado de trabalho (em média, 4.6% maior que a dos não latinos).

Ou fator destacado no relatório para a maior expressividade no PIB, seria o aumento do nível educacional da população latina nos últimos anos, ou seja, 2,5 vezes mais rápido com relação à população não latina nos Estados Unidos. A expectativa de vida dos latinos também é um diferencial: 83,6 anos em comparação a 80,8 anos dos não latinos, e isso deve estar relacionado aos hábitos de saúde, segundo Hayes-Bautista, apesar do atendimento desigual no sistema de saúde vivenciada pelos latinos diariamente.