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Candidatos à prefeitura de Los Angeles conhecem a importância do seu eleitorado latino

Editores | 27/03/2022 10:20 | POLÍTICA Y ECONOMÍA
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Os eleitores latinos de Los Angeles aparecem como um grande “trunfo” nas campanhas dos candidatos à prefeitura da cidade. Dentre as táticas empreendidas, estão a contratação de funcionários latinos, a expansão do marketing político bilíngue e uma abordagem mais eficiente na tentativa desses candidatos de se comunicarem melhor com essa população no período atual de preparação para as primárias que ocorrerão em 7 de junho.

Antonio Villaraigosa, o primeiro latino em mais de 130 anos a servir como prefeito de Los Angeles, no período entre 2005–2013, não encontrou um ambiente favorável a uma liderança latina quando concorreu à prefeitura pela primeira vez em 2001, e perdeu o cargo para James Hahn no segundo turno da votação. 

Apesar de enfrentar o racismo na campanha, Villaraigosa, que é mexicano-americano de terceira geração, se valeu de sua identidade aprendendo espanhol e realizando entrevistas coletivas bilíngues. “Sua vitória se deveu, em parte, pela força dos eleitores latinos que ele trouxe às urnas. Desde então, os latinos, que são quase metade da população e um terço do eleitorado de LA, amadureceram como força política”, segundo reportagem do Los Angeles Times.

O vereador Kevin de León busca influência e apoio na comunidade latina de Los Angeles em sua campanha para a prefeitura se apresentando como falante fluente de espanhol e filho de uma mãe solteira da Guatemala que trabalhava como governanta.

“Com cerca de 40% dos eleitores indecisos, Karen Bass (D-Los Angeles) tem uma pequena vantagem, e De León está em segundo lugar, de acordo com uma pesquisa recente do Loyola Marymount University Center for the Study of Los Angeles”. Essa indecisão se deve, segundo Matt Barreto, professor chicano-americano de política da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), pela tendência do eleitorado latino se decidir mais tarde, após a avaliação discursiva de cada candidato, segundo o Los Angeles Times.

“As eleições para prefeito de 2001 e 2005 foram as primeiras em que vimos o engajamento latino nesse nível tão alto”, disse Barreto. “E hoje, está muito, muito mais engajado. Uma participação massiva dos latinos pode decidir as eleições. No entanto, assim como tudo no mundo, isso só acontece quando o investimento é feito”. 

Como o maior grupo étnico de Los Angeles, com 48% da população, os latinos detêm a maior atenção dos políticos no processo eleitoral. O restante da população é constituído por 29% de brancos, 12% de asiáticos e 9% de negros.

A reforma da imigração é uma questão importante para muito latinos, mas não está entre as cinco prioridades do segmento, segundo pesquisa realizada pelo PAT Brown Institute for Public Affairs e pela California Community Foundation, com 1.500 moradores latinos do condado de Los Angeles, sobre a qual escrevemos anteriormente. Os efeitos da pandemia de COVID-19, a falta de moradia e a economia são as suas principais preocupações. 

“O consultor político Juan Rodriguez, que trabalha na campanha do desenvolvedor bilionário Rick Caruso, está se concentrando em mensagens digitais e de transmissão bilíngues, incluindo plataformas como o YouTube. A equipe de Caruso realizou pesquisas independentes sobre as necessidades da comunidade latina. Anúncios em espanhol apresentando o candidato, que não fala espanhol, começaram a aparecer na Telemundo semanas atrás”, conforme o Los Angeles Times.

Já a equipe de Karen Bass destaca seu trabalho com a Community Coalition, uma organização black-latino que ela fundou no sul de Los Angeles décadas atrás, e lhe garantiu o apoio dos principais líderes latinos da região, incluindo Villaraigosa, a ativista trabalhista Dolores Huerta e o presidente da Assembleia Estadual da Califórnia, Anthony Rendon.

Segundo a mesma publicação, “o vereador Joe Buscaino está fazendo aparições na televisão espanhola, falando principalmente inglês, mas tentando responder em espanhol quando pode”. 

O professor chicano-americano de Política da Loyola Marymount University, Fernando Guerra, disse ao L.A. Times que “ainda há muitos que acreditam que eleger um latino significa que essa pessoa só estará focada na comunidade latina em detrimento de outras comunidades. Ao defini-lo como um candidato latino, eles o definem como estreito e incapaz de seguir uma política significativa mais ampla”. No entanto, ele complementa que, “com mais latinos servindo em escritórios da Câmara Municipal ao Senado dos EUA, a ideia de um prefeito latino é mais familiar hoje do que era nos dias de Villaraigosa”. 

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