Na quinta-feira, dia 22 de janeiro, o deputado democrata Jim Himes (4.º distrito de Connecticut), Presidente do Comitê de Segurança Nacional, Desenvolvimento Internacional e Política Monetária do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, realizou uma audiência híbrida, a primeira do ano, intitulada “Raça, Etnia e Economia: como aprimorar a oportunidade econômica que beneficie a todos”.
Durante a audiência, os membros selecionados do comitê puderam debater sobre o tema das disparidades econômicas que atingem sobremaneira as comunidades imigrantes e afro-americanas, e apresentar propostas futuras e políticas públicas estratégicas para fazer frente às políticas discriminatórias e excludentes aplicadas ao longo da história dos Estados Unidos.
Naquele momento, Janet Murguía, presidenta e CEO da organização sobre os direitos civis dos latinos nos EUA, a “UnidosUS”, apontou a importância da aprovação do plano de gastos, o Build Back Better, do presidente Biden, para promover a reforma econômica e da imigração. Considerou ainda, que as disparidades econômicas perpetuadas têm causas estruturais.
A questão da desigualdade de gênero também contribui na disparidade econômica que atinge as famílias latinas, principalmente aquelas lideradas por mulheres. Uma
pesquisa realizada no ano passado, demonstrou que para cada 1 dólar que um homem branco, não latino, recebe, apenas 57 centavos são pagos às mulheres latinas, o que significa que precisam trabalhar ao menos quase dois anos para que ocorra uma equivalência de rendimentos.
Murguía também apresentou dados ao comitê de que a disparidade econômica entre a população afro-americana é ainda maior, revelando que essas famílias possuem um patrimônio líquido médio anual de US$ 24.000 em comparação aos US$ 36.000 das famílias latinas e US$ 188.000 das famílias de pele branca e não imigrante, de acordo o site de notícias “
The Hill”.
O impacto desproporcional da pandemia de
COVID-19 na saúde dos latinos também foi lembrado por Murguía, que mencionou estatísticas acerca da maior probabilidade de morte desse grupo na pandemia, assim como a menor propensão que tenham qualquer seguro de saúde, em comparação à população branca.
Enfatizou ainda a importância do crédito fiscal para crianças que está instituída no Build Back Better, projeto que está atualmente parado no Senado.
A questão da moradia, como a oportunidade da propriedade da casa própria às famílias imigrantes e não brancas, também foi mencionada por Murguía, que a considerou como “a estratégia mais poderosa para diminuir a diferença de riqueza racial e étnica”, se também vinculada ao investimento educacional e ao auxílio estudantil à casa própria, ainda segundo a publicação do “The Hill”.
Nas palavras de Murguía, “o Congresso deve tornar a educação universitária mais equitativa, investindo em bolsas para conclusão de curso e cancelando dívidas obtidas por empréstimos estudantis”.
Acrescentou ainda que a reforma da imigração, promessa de
campanha de Joe Biden, seria benéfica para a economia estadunidense como um todo, pois “os imigrantes têm sido parte da solução para a escassez de mão de obra”, apesar dos registros decrescentes de migração internacional no país desde o ano passado.
A intervenção de Janet Murguía pode ser acompanhada
aqui.